Glúten (derivado do Latin glūten) é uma proteína amorfa composta pela mistura de cadeias protéicas longas de gliadina e glutenina.
O glúten é encontrado no trigo, na aveia, na cevada, no malte, no centeio e em seus derivados, como pães, massas, bolachas, cerveja, uísque e em uma infinidade de produtos industrializados. O que muita gente não sabe é que, apesar de estar presente na maioria dos alimentos, o glúten é o protagonista da doença celíaca – que é a intolerância à substância – surpreendentemente comum. Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, não há um número oficial sobre os portadores da doença no país, mas uma pesquisa publicada em 2005 pela Universidade Federal de São Paulo apontou que há um celíaco a cada 214 moradores de São Paulo. Nos Estados Unidos a doença afeta, em média, uma a cada 133 pessoas, de acordo com um estudo realizado em 2003 no Centro de Pesquisas Celíacas da Universidade de Maryland (EUA). Ingerir comidas que contenham essa substância pode ser o gatilho para reações desagradáveis: diarreia, dor abdominal, inchaço, danos ao intestino delgado, problemas na absorção dos nutrientes, anemia e fadiga. Como tratar o problema? Não existe cura. O único jeito é adotar uma dieta livre de glúten para o resto da vida. Quer entender mais sobre esta proteína? Continue a leitura.
Devo evitar a ingestão de glúten mesmo não sendo intolerante à substância?
Essa é uma pergunta que divide os especialistasprofissionais. Segundo pesquisas do Centro de Doença Celíaca da Universidade de Chicago (EUA), a substância é prejudicial mesmo para quem não tem a doença. Para muitos outros o glúten oferece muitos outros nutrientes, como fibras e vitaminas – principalmente do complexo B -, portanto, não deveria ser banido da alimentação sem que haja uma necessidade real.
Posso encontrar alimentos sem glúten com facilidade?
Sim. As prateleiras dos supermercados estão se munindo, cada vez mais, de alimentos sem glúten. Uma pesquisa de mercado da empresa americana Packaged Facts, revelou que entre 2006 e 2010 a venda de produtos sem a substância aumentou cerca de 30% ao ano. Outra pesquisa realizada pela inglesa Mintel, que tem escritórios espalhados pelo mundo todo, mostrou que 10% das comidas lançadas em 2010 não contêm o ingrediente, muito mais do que os 2% de cinco anos atrás. No Brasil não é diferente. Cada vez mais lojas, restaurantes e até hotéis oferecem a opção de alimentos sem glúten. O SpecialGourmets, um guia mundial online de estabelecimentos com opções para esse público, tem catalogados quase 500 pontos no país.
Quais são as opções nutricionais para os atletas com doença celíaca?
Todo atleta precisa consumir carboidratos, fibras, proteínas, gorduras. Existem muitos alimentos livres de glúten capazes de suprir as necessidades de quem pratica esporte. Invista em uma dieta equilibrada, rica em carne, peixe, frango, frutas, legumes, verduras, produtos lácteos magros, óleos, grãos, arroz integral, milho, soja, lentilha, ervilha, amaranto, tremoço, quinoa, nozes e sementes.
Glúten engorda?
Cortar a substância do seu cardápio pode, sim, facilitar a perda de peso. Uma dieta sem glúten força você a ficar longe de alguns carboidratos que engordam, como pizzas, macarronadas, cervejas, hambúrgueres, massas, pães, biscoitos, salgados assados. Assim você acaba substituindo esses alimentos por escolhas menos calóricas, como frutas, vegetais, arroz integral, oleaginosas, peixes, ovos, leite, entre outros. Isso leva ao emagrecimento. Mas, se você não for celíaco, não precisa cortar a happy hour com os amigos ou passar por privações. Lidar com as restrições alimentares pode ser complicado. Uma mudança de estilo de vida, como uma dieta livre de glúten, pode ser muito dura se não for uma recomendação médica.
Consumir alimentos sem glúten é o segredo para perder peso?
Os produtos sem glúten não são necessariamente vantajosos pra quem está querendo perder os quilos extras, porque existem alimentos sem glúten tão calóricos quanto os alimentos que o contém. Então, mesmo que você adote uma dieta livre dessa substância, não significa que o ponteiro da balança vai descer. Um estudo publicado no periódico American Journal of Gastroenterology, em 2006, acompanhou 188 pessoas com doença celíaca (metade acima do peso) durante uma dieta livre de glúten, por dois anos, e percebeu que 81% delas ganharam peso.
Existem bons substitutos?
Sim, veja alguns exemplos a seguir:
- Quinoa: Usado como fonte de energia para os guerreiros incas, esse superalimento dos Andes oferece proteína completa, com nove aminoácidos essenciais. Também tem baixo índice glicêmico, evitando um pico de açúcar no sangue. Por que comer: Tem carboidratos e vitaminas do complexo B. Entre os minerais, contém ferro, cálcio e fósforo. Também tem certa quantidade de triptofano, relacionado à produção de serotonina, para o bem-estar.
- Trigo mourisco ou sarraceno: É rico em flavonoides, como a rutina e a quercetina, que agem como antioxidantes. Sua proteína é de alto valor biológico, contendo todos os aminoácidos essenciais. Por que comer: também é uma excelente fonte de magnésio, mineral diretamente envolvido na contração muscular e que protege de cãibras.
- Amaranto: Um grão com o tamanho de uma semente de papoula, tem mais proteína do que o trigo e duas vezes mais do que o arroz branco. Também contém rutina, antioxidante benéfico ao coração. Por que comer: um estudo publicado na revista Lipids in Health and Disease (Inglaterra) revelou que o amaranto também reduz o colesterol, diminuindo o risco de doenças no coração.
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Educador, Empreendedor Digital e Nexialista. Defensor do Glocal: Pense Globalmente e Aja Localmente.